quinta-feira, 4 de junho de 2009

O zero e o Infinito - Arthur Koestler

Arthur Koestler -

Nascido em 1905 em Budapest vive e sente na pele o confronto entre os regimes autoritários e liberais. Jornalista e escritor é autor de diversos livros entre 1938 e 1984.

O zero e o infinito (darkness at noon) - 1941

Do que se trata:

Rubachev, um dos veteranos da Revolução Russa, que já se figurou ao lado do N°1 (referência a Stálin) agora é preso por ser um contra-revolucionário. Um dos últimos revolucionários da velha-guarda que ainda não foi fuzilado, o personagem sofre 3 interrogatórios no presídio antes da decisão de sua pena.
No presídio, nos 6 passos e meio da porta até a janela e nos 6 passos e meio da janela até a porta Rubachev além dos interrogatórios sofridos faz um auto-interrogatório, revendo suas atitudes e sua participação ao lado do Partido, chegando a descoberta do "eu" ao invés do comum "nós" utilizado pelos revolucionários.

O que é a história? O que é traição? A razão sobrepõe a ética? Como caminha a sociedade? Entre estes questionamentos internos e conversas em código com um monarquista, conversas oficiais e informais com outro dos remanescentes da "velha-guarda" e interrogatórios por um "Neanderthal, ou símbolo da nova geração" Rubachev percorre sua trajetória no presídio russo.

Minha Opinião:

Apesar de se tratar de um romance fictício, é uma ótima referencia para se entender a mentalidade do partido comunista russo no período Stalinista, o que é moral, qual a lógica do sistema.
Rubachev, um personagem que varia do cínico ao sentimental vasculha suas memórias encontrado momentos passados onde agiu segundo as regras do partido, e, reflete sobre a razão sem ética dos fatos. Preso entre sua fidelidade ao partido e sua descrença no mesmo os conflitos internos do personagem são cativantes e extremamente interessantes.

Recomendo a todos!

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