terça-feira, 16 de junho de 2009

Transe Difícil - Dostoiévski

Fiodor Dostoiévski -

Escritor Russo que dispensa mais apresentações, possui sua obra literária marcada por diversos clássicos como "Irmãos Karamazov" e "Crime e Castigo", aparecerá com certeza em mais muitos posts.

Transe Difícil -

Lí uma edição antiquíssima que encontrei pegando poeira na biblioteca, possui além do conto Transe Difícil que forneceu o nome do livro outros três contos - Natal e Casamento, Polzunkov e O pequeno Mendigo (um conto de natal). Discorrerei individualmente sobre cada conto:

-Transe Difícil -
Um general recém intitulado vai a uma festa de aniversário de um general, onde os 3 generáis, únicos participantes da festa, discutem a aproximação dos altos oficiais com a sociedade. O jovem general após discussão, no caminho de casa e levemente alterado pela bebida encontra a situação perfeita para provar que é possível a aproximação de altos oficiais com as classes mais baixas da sociedade.
É o tipo de história que Dostoiévski escreve como uma história bem humorada. Existem passagens onde se pode sorrir, mas o conto é uma crítica.

-Natal e Casamento-
Um pequeníssimo conto onde através de uma crônica, narrada em primeira pessoa, o autor faz uma crítica aos casamentos arranjados que aparecem na obra como um costume da época. Uma história um tanto quanto amarga.

- Polzunkov-
Novamente uma pequeníssima cronica em primeira pessoa, Dostoiévski escreve sobre um bobo que vive de fazer graça e recolher esmolas. O bobo Polzunkov conta uma história trágica, recheada de passagens onde reina a auto-ironia.

-O pequeno Mendigo (um conto de natal)
Outra pequena crônica, esta não foi presenciada pelo narrador, mas ele conta como podendo ser real ou não, mas se não for real, não impossível de se acontecer ou se ter acontecido. Um trágico conto de natal, muito amargo, mas também uma crítica ferrenha a mãe Russia.

De modo geral é uma obra de fácil leitura comparada aos outros romances do autor, leva a reflexão.
Recomendo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O zero e o Infinito - Arthur Koestler

Arthur Koestler -

Nascido em 1905 em Budapest vive e sente na pele o confronto entre os regimes autoritários e liberais. Jornalista e escritor é autor de diversos livros entre 1938 e 1984.

O zero e o infinito (darkness at noon) - 1941

Do que se trata:

Rubachev, um dos veteranos da Revolução Russa, que já se figurou ao lado do N°1 (referência a Stálin) agora é preso por ser um contra-revolucionário. Um dos últimos revolucionários da velha-guarda que ainda não foi fuzilado, o personagem sofre 3 interrogatórios no presídio antes da decisão de sua pena.
No presídio, nos 6 passos e meio da porta até a janela e nos 6 passos e meio da janela até a porta Rubachev além dos interrogatórios sofridos faz um auto-interrogatório, revendo suas atitudes e sua participação ao lado do Partido, chegando a descoberta do "eu" ao invés do comum "nós" utilizado pelos revolucionários.

O que é a história? O que é traição? A razão sobrepõe a ética? Como caminha a sociedade? Entre estes questionamentos internos e conversas em código com um monarquista, conversas oficiais e informais com outro dos remanescentes da "velha-guarda" e interrogatórios por um "Neanderthal, ou símbolo da nova geração" Rubachev percorre sua trajetória no presídio russo.

Minha Opinião:

Apesar de se tratar de um romance fictício, é uma ótima referencia para se entender a mentalidade do partido comunista russo no período Stalinista, o que é moral, qual a lógica do sistema.
Rubachev, um personagem que varia do cínico ao sentimental vasculha suas memórias encontrado momentos passados onde agiu segundo as regras do partido, e, reflete sobre a razão sem ética dos fatos. Preso entre sua fidelidade ao partido e sua descrença no mesmo os conflitos internos do personagem são cativantes e extremamente interessantes.

Recomendo a todos!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A proposta do Blog

O Blog é uma tentativa de criar um grupo de discussão sobre clássicos da literatura, livre de intelectualismos em excesso, livre de pseudo-intelectualismos, e principalmente livre de interpretações inentendíveis e com cheiro de verdade absoluta.

Na minha concepção, a única interpretação verdadeira é a do autor sobre sua obra, todo a mais é especulação, e como especulação deve ser tratado, no entanto, especular é divertido quando não vem com o intuito de se afirmar como verdade.

Leitura é diversão, e compartilhar a leitura é compartilhar a diversão.